1 Cor. 2 A Ética de Paulo

1 Corintios 2

O embate que Paulo passou em Atenas foi literalmente grande e desgastante ( at 17.17-34). Depois de passar por Atenas, Paulo provavelmente vai para Corinto e lá , ele continua pregando a crucificação de Cristo. Vamos analisar um pouco esse contexto histórico religioso da cidade a fim de nos dar maior compreensão e ampliar nossa visão do texto e imaginar pelo que o servo de Deus passou. Para isso, usaremos parte do texto de Cyntia Santos  que está disponível na íntegra no link a seguir (http://www.revistajesushistorico.ifcs.ufrj.br/arquivos6/Artigo%20Cintya%20Santos.pdf).  Assim diz a autora sobre o caráter religioso de Corinto da cidade: " O caráter religioso da população coríntia era igualmente diverso. É provável que muitos de seus habitantes tenham venerado um número considerável de deuses, a julgar pelos templos escavados dentro e próximo ao fórum da cidade (Murphy-O’Connor 2002: 148-150). Tais deuses eram não somente deidades gregas tradicionais, como também deuses estrangeiros. Pausanias (apud Murphy-O’Connor, 2002: 9-15) menciona um templo de Afrodite, a deusa mais importante da cidade, no topo da antiga Acrocorinto5. Nas proximidades, na subida que conduz à cidade, havia templos menores dedicados à Demeter e Koré, os quais foram escavados. No fórum em si, havia um templo arcaico, do sexto século AEC, o qual os romanos restauraram, dedicado a Apolo e à Atena (Fitzmyer, 2008: 33). Ao longo do lado ocidental do fórum estavam templos dedicados a Apolo e Afrodite. Em seu centro, havia uma estátua de Atena, além de um santuário dedicado à Artemis de Éfeso (cf. At 19: 24-28). No porto de Cencréia, evidências arqueológicas revelam o culto de Afrodite e Poseidon. As divindades egípcias também eram cultuadas. À deusa Ísis, segundo Pausanias (apud Murphy-O’Connor, 2002: 18-22), conforme se sobe pela estrada para Acrocorinto, encontram-se dois recintos dedicados a ela. Além da adoração de deuses estrangeiros, deuses gregos, tais como Poseidon, Zeus e Afrodite, eram venerados sob títulos latinos como Netuno, Júpiter e Vênus, respectivamente (cf. Fitzmyer, 2008: 33).
Pouco tempo após Paulo ter estado em Corinto, o culto ao imperador romano foi estabelecido ali, por volta do ano 54 EC (Crossan, 2007: 217-218), menos por imposição das autoridades romanas do que por iniciativa da própria colônia. Era um modo que os coríntios encontraram de enfatizar a lealdade ao imperador. O culto a Tibério é atestado em inscrições, assim como o culto aos demais imperadores Julio-Claudianos, e aos outros imperadores, a partir de Augusto". 
Ainda devemos pensar na condição e em todo o embate filosófico que o apóstolo Paulo teve que enfrentar ao discursar para os filósofos exatamente no local específico para discussões filosóficas, no Areópago. O discurso dele foi carregado de conhecimento conforme o Caio Fábio expõe no vídeo abaixo. O Caio dá uma aula espetacular sobre o encontro de Paulo com os estoicos e epicureus, e também apresenta a importância do local para o servo de Deus e para a comunidade grega, democrática e filosófica.
        

É notório que o Apóstolo dá um exemplo de Ética ministerial e confiança na sabedoria e direção do Espírito Santo, mas não despreza em momento algum e tampouco deixa de fazer uso da sabedoria adquirida em toda a trajetória de vida.
Apesar de toda a sabedoria que o apostolo apresentou em seu discurso conforme lemos em atos 17.17-34 e que são detalhados pelo Caio Fábio no vídeo acima, apensar de todo contexto religioso existente na cidade e das influencias filosóficas, o apóstolo de Cristo se apresenta aos corintios com um discurso absolutamente cristão, totalmente focado na missão para a qual foi chamado.
Paulo não se distraiu e tampouco se desviou, antes, usou a sabedoria no momento em que foi necessário e para um público que só o ouviria caso apresentasse tais recursos e, apresentou a mensagem da crucificação e sua razão, e também os benefícios eterno da ressurreição de Cristo com simplicidade, clareza e poder. Ainda assim muitos não quiseram se render, somente alguns.
Nos versículos seguintes, Paulo discorre sobre os benefícios de confiar na sabedoria de Deus, pois enquanto alguns pensavam que o discurso dele seria mais um amontoado de sabedoria humana, o que realmente o servo de Deus entregou aos corintios foi a mais pura revelação do Espírito que conhece até mesmo as profundezas de Deus.
Portanto devemos seguir o exemplo de Paulo e confiar em Deus. Devemos buscar o conhecimento mas saber que o homem precisa de um pregador que transmita a graça, debaixo da graça e conduzindo os ouvintes para a graça de Deus. Que comportamento foi esse de Paulo!

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